Síndrome do Por do Sol

A síndrome do pôr do sol, também conhecida como sundowning.
Exige manejo ambiental para lidar com pacientes de Alzheimer.
Acendam todas as luzes da casa!!!!
A síndrome do pôr do sol consiste numa agitação apresentada pelos pacientes de Alzheimer ao entardecer. A confusão mental aumenta nessa hora do dia. É comum um aumento da perambulação nesse período, insistindo que querem ir embora, voltar para casa.
A fadiga, ao anoitecer, pode ser um fator que contribua para a ocorrência de tal episódio. É aconselhável verificar possíveis causas físicas corrigíveis que possam favorecer o comportamento indesejado: fome, sede ou necessidade de ir ao banheiro.
Se medidas reversíveis, como descanso, bebida, comida, esvaziamento da bexiga ou intestino não controlam o comportamento estranho, podemos tomar outras medidas, tais como:
Mudar e facilitar o ambiente:
Acendam as luzes da casa e abram as cortinas para que o paciente perceba o menos possível a queda da luz natural. A iluminação noturna ou lâmpadas de baixo brilho em locais estratégicos da casa ajudam a reduzir o comportamento estranho.
Muitas vezes é nesse final do dia que ocorre uma mudança no ambiente doméstico; por exemplo, chegada de outros familiares do seu trabalho ou dos netos procedentes da escola. Talvez seja impossível mudar o ambiente, mas se pode levar o paciente para um cômodo longe do tumulto. O isolamento nessas horas nem sempre é necessário, mas um ambiente mais tranquilo ajuda a diminuir a pressão.
Descubra coisas simples para o paciente executar:
Uma outra medida é criar uma “caixa de bugigangas” para distrair o paciente, principalmente aqueles que tem o costume de ficar remexendo gavetas e outros utensílios da casa.
Pode-se criar uma caixa com objetos macios como esponjas de rosto, bonecas de pano, toalhas, bolas de algodão e entregar aos pacientes nessas horas de maior inquietação.
Fique algum tempo com o paciente:
Deixe que ele fique junto a você. A falta de segurança contribui para a síndrome do pôr do sol. O paciente de Alzheimer precisa de reafirmação de que você, ao contrário do sol poente, não está indo embora.
Tente ocupar o paciente com alguma atividade nesse horário, preferencialmente com atividades fáceis de serem executadas. Atividades familiares ao paciente estão arraigadas, e ele consegue executá-las pela força do hábito. Lembrem que, no Alzheimer, as perdas das habilidades tendem a ser graduais. Então procurem manter os pacientes ativos o maior tempo possível, investindo nas potencialidades que eles têm. Experimentem alguma atividade lúdica, como dançar, cantar, tocar algum instrumento (muitos pacientes com Alzheimer só perdem a habilidade de tocar um instrumento na fase adiantada da doença). Nunca menosprezem as capacidades aprendidas. Concentrem-se no que é familiar.
O fim da tarde é também uma boa oportunidade para dar um passeio, caso a agitação seja controlável. A caminhada é um bom exercício para os dois, sem contar que um intervalo para atividades físicas diminui a perambulação noturna e auxilia no sono. Exercícios matinais leves, inclusive caminhadas, ajudam a controlar a agitação, a perambulação e os comportamentos agressivos. Um benefício adicional para quem caminha vinte minutos por dia é a exposição à luz do sol. A maior fonte de vitamina D é o sol que deve ser tomado nas primeiras horas da manhã ou no final do dia, com o adequado uso do filtro solar.
Alguns medicamentos prescritos pelo médico podem ser usados para controlar a agitação nessas horas em que o sol começa a baixar, principalmente para os casos mais graves, porém o tratamento número 1 para a síndrome do pôr do sol ainda é o manejo ambiental. Cada familiar deve usar a intuição e, através de múltiplas tentativas, verificar quais medidas acalmam mais o paciente. A síndrome do pôr do sol é um incentivo para novas dimensões de criatividade e companheirismo

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